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Aposentadoria por Esquizofrenia: Direitos e Regras

A esquizofrenia é um transtorno mental que afeta a capacidade de uma pessoa trabalhar e levar uma vida normal.

Para quem enfrenta essa condição, a aposentadoria por invalidez pode ser um caminho para garantir a dignidade e o suporte financeiro necessário para lidar com a doença.

Aqui você encontrará informações detalhadas sobre os direitos previdenciários das pessoas com esquizofrenia, o passo a passo para solicitar a aposentadoria por invalidez, dicas para aumentar suas chances de aprovação e orientações sobre como lidar com os desafios que podem surgir ao longo do processo.

Lembre-se: você pode contar com ajuda profissional!

Buscar seus direitos e contar com o apoio de profissionais especializados é essencial para garantir seu bem-estar e uma vida com mais qualidade.

Você vai ver nesse post:

1. O que é Esquizofrenia? Diagnóstico para a Aposentadoria

Imagine um mundo onde seus pensamentos se embaralham, as vozes sussurram em seus ouvidos e a realidade se mistura com a fantasia. Essa é a experiência de quem convive com a esquizofrenia, um transtorno mental grave que pode transformar a vida.

A esquizofrenia é reconhecida pelo INSS como uma condição que pode gerar direito à aposentadoria por invalidez, garantindo o suporte financeiro que você precisa para enfrentar essa doença.

1.1 Definição e Sintomas: Os Sinais da Esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno mental crônico e complexo que afeta a maneira como uma pessoa pensa, sente e se comporta, distorcendo sua percepção da realidade e dificultando a distinção entre o real e o imaginário.

Geralmente, manifesta-se no final da adolescência ou início da vida adulta, podendo ter um impacto profundo na vida social, profissional e pessoal do indivíduo.

O INSS, para fins de concessão de benefícios, utiliza a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), que define a esquizofrenia como:

F20 – Esquizofrenia: Grupo de transtornos caracterizados por distorções fundamentais e características do pensamento e da percepção, e por afetos inadequados ou embotados. A consciência clara e a capacidade intelectual estão usualmente preservadas, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no curso do tempo.

  •  

Categoria

Sintoma

Descrição

Sintomas Positivos (Adições à Realidade)

Delírios

Crenças falsas e inabaláveis, como delírios de perseguição, grandeza ou controle.

 

Alucinações

Percepções sensoriais falsas sem estímulo externo real, como ouvir vozes, ver coisas ou sentir cheiros inexistentes.

 

Pensamento Desorganizado

Dificuldade em organizar pensamentos e expressá-los coerentemente, resultando em fala confusa e desconexa.

 

Comportamento Desorganizado/Catatônico

Comportamento agitado e imprevisível ou, inversamente, imobilidade, rigidez muscular e resistência a movimentos.

Sintomas Negativos (Diminuição/Ausência de Comportamentos e Emoções)

Embotamento Afetivo

Redução na expressão emocional, com dificuldade em demonstrar sentimentos, falta de contato visual e tom de voz monótono.

 

Alogia

Diminuição da produção da fala, com respostas curtas, monossilábicas e pouca espontaneidade na comunicação.

 

Avolia

Falta de motivação, energia e iniciativa para realizar atividades diárias, como cuidar da higiene pessoal ou sair de casa.

 

Anedonia

Perda do interesse e da capacidade de sentir prazer em atividades que antes eram prazerosas.

 

Isolamento Social

Retraimento social, dificuldade em se relacionar com outras pessoas e tendência ao isolamento e à reclusão.

 

1.2 Diagnóstico e Tratamento: Buscando Ajuda para Enfrentar a Esquizofrenia

O diagnóstico da esquizofrenia é clínico, baseado na avaliação dos sintomas, no histórico do paciente e na exclusão de outras condições médicas que podem causar sintomas semelhantes. Não existem exames de sangue ou imagem que confirmem o diagnóstico.

Processo Diagnóstico:

  • Avaliação Psiquiátrica: A consulta com um médico psiquiatra é fundamental para o diagnóstico. O psiquiatra realizará uma entrevista detalhada, investigando os sintomas, o histórico de vida e o histórico familiar;
  • Exames Complementares: Exames físicos e neurológicos podem ser solicitados para descartar outras condições médicas, como doenças neurológicas, distúrbios hormonais ou efeitos do uso de substâncias psicoativas.

 

Atenção!! Esses exames serão importantíssimos para a concessão da aposentadoria por invalidez.

Tratamento:

O tratamento da esquizofrenia é essencial para controlar os sintomas, prevenir crises e melhorar a qualidade de vida. Geralmente o tratamento envolve:

  • Medicamentos Antipsicóticos: Reduzem os sintomas positivos, como delírios e alucinações, e ajudam a prevenir recaídas.
  • Terapia: A psicoterapia (individual, em grupo ou familiar) auxilia o paciente a lidar com os desafios da esquizofrenia, a desenvolver habilidades sociais, a lidar com as emoções, a melhorar a comunicação e a fortalecer a autoestima.
  • Apoio Familiar e Social: O apoio da família, amigos e grupos de apoio é fundamental para o sucesso do tratamento e para a reintegração social do indivíduo.

 

A esquizofrenia é uma doença crônica que exige tratamento contínuo ao longo da vida. No entanto, com o tratamento adequado, a maioria das pessoas com esquizofrenia consegue controlar os sintomas e ter uma vida mais funcional e com mais qualidade.

2. Aposentadoria por Invalidez: Conquistando Seu Direito à Proteção Social

A esquizofrenia, quando grave e persistente, pode impactar profundamente a capacidade do indivíduo para o trabalho, tornando-o incapaz de exercer qualquer atividade profissional que lhe garanta a subsistência.

Nesses casos, a aposentadoria por invalidez é um direito fundamental, garantindo suporte financeiro e dignidade às pessoas com esquizofrenia que se encontram impossibilitadas de trabalhar.

2.1. Critérios para Aposentadoria: O que o INSS analisa?

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concede a aposentadoria por invalidez aos segurados que, em decorrência de doença ou acidente, forem considerados incapacitados total e permanentemente para o trabalho. Para pessoas com esquizofrenia, a avaliação da incapacidade é criteriosa e leva em consideração diversos fatores, incluindo:

  • Gravidade dos Sintomas: A intensidade dos sintomas da esquizofrenia, como delírios, alucinações, pensamento desorganizado e sintomas negativos, é um fator determinante para a concessão da aposentadoria;
  • Impacto na Capacidade Laboral: O INSS avalia como os sintomas da esquizofrenia afetam a capacidade do indivíduo para realizar atividades profissionais, como concentração, organização, comunicação, interação social e lidar com pressões profissionais e sociais;
  • Resposta ao Tratamento: A resposta do indivíduo ao tratamento com medicamentos, terapia e apoio psicossocial é um fator importante na avaliação da incapacidade. A persistência dos sintomas, mesmo com tratamento adequado, pode fortalecer o pedido de aposentadoria;
  • Possibilidade de Reabilitação Profissional: O INSS analisa se o indivíduo com esquizofrenia têm condições de ser reabilitado para outra atividade profissional, considerando suas habilidades, limitações e as oportunidades do mercado de trabalho.

 

Para saber mais sobre a aposentadoria por invalidez e como funciona o processo de avaliação do INSS, acesse nosso artigo: Como Funciona a Aposentadoria por Invalidez em 2024?

2.2. Documentação Necessária: Comprovando a Incapacidade para o Trabalho

Para solicitar a aposentadoria por invalidez, a pessoa com esquizofrenia precisa reunir uma série de documentos que comprovem a doença, a gravidade dos sintomas, o histórico de tratamento e o impacto na sua capacidade para o trabalho.

A documentação completa e bem organizada é fundamental para o sucesso do pedido.      

Documentos Essenciais:

  • Laudos Médicos: Laudos psiquiátricos detalhados, descrevendo o diagnóstico de esquizofrenia (com CID-10 F20), a gravidade da doença, os sintomas, o histórico de tratamento, a resposta ao tratamento e a incapacidade total e permanente para o trabalho.

 

O laudo deve ser claro, objetivo e conter informações precisas sobre a condição do paciente.

  • Relatórios de Tratamento: Relatórios de acompanhamento psiquiátrico, psicológico e de outros profissionais de saúde que estejam envolvidos no tratamento da esquizofrenia.

 

Esses relatórios devem demonstrar a persistência dos sintomas, a busca por tratamento contínuo e a ausência de melhora significativa que permita o retorno ao trabalho.

  • Exames Complementares: Resultados de exames neurológicos, testes psicológicos e outros exames que corroborem o diagnóstico de esquizofrenia e a incapacidade para o trabalho.
  • Documentos de Identificação: RG, CPF, carteira de trabalho, comprovante de residência e outros documentos que comprovem a identidade e o histórico profissional do indivíduo.

 

2.3. Exemplo Ilustrativo

Maria, 35 anos, foi diagnosticada com esquizofrenia aos 20 anos.

Desde então, enfrenta períodos de crises agudas com delírios de perseguição, alucinações auditivas e pensamento desorganizado. Mesmo em tratamento contínuo com medicamentos e terapia, Maria tem dificuldade em se manter em um emprego.

Ela já tentou trabalhar como auxiliar administrativo, recepcionista e operadora de telemarketing, mas sempre acaba sendo demitida devido aos seus sintomas, que afetam sua concentração, comunicação e interação com colegas e superiores.

Desempregada há 2 anos e sem condições de prover seu sustento, Maria decidiu solicitar a aposentadoria por invalidez. Para isso, ela reuniu a seguinte documentação:

  • Laudo médico psiquiátrico: O laudo detalha o diagnóstico de esquizofrenia (CID-10 F20), descreve os sintomas, o histórico de tratamento, a resposta ao tratamento e conclui que Maria está incapacitada total e permanentemente para o trabalho devido à gravidade da doença e à persistência dos sintomas, mesmo em tratamento contínuo;
  • Relatórios de acompanhamento psiquiátrico e psicológico: Os relatórios demonstram o acompanhamento regular de Maria com psiquiatra e psicólogo, a realização de terapia individual e em grupo, o uso regular de medicamentos antipsicóticos e a persistência dos sintomas ao longo dos anos, impedindo sua inserção no mercado de trabalho;
  • Exames complementares: Maria apresentou resultados de testes neuropsicológicos que comprovam seus déficits de atenção, memória e funções executivas, impactando sua capacidade para o trabalho;
  • Carteira de trabalho: A carteira de trabalho de Maria comprova seu histórico profissional e as demissões recorrentes devido aos seus sintomas;
  • Depoimento da mãe: A mãe de Maria elaborou um depoimento por escrito, relatando os desafios enfrentados pela filha em decorrência da esquizofrenia, a dificuldade em manter um emprego e a necessidade de apoio constante.

 

Com a documentação completa e bem organizada, Maria solicitou a aposentadoria por invalidez junto ao INSS. Após a perícia médica, o benefício foi concedido, garantindo a ela o suporte financeiro necessário para lidar com a doença e ter uma vida com mais dignidade.

3. Processo de Solicitação: Passo a Passo para Conquistar a Aposentadoria por Esquizofrenia

Aproveitando o caso da Maria, veja o passo a passo para apresentar o seu pedido de aposentadoria por invalidez

Como vocês leram no tópico anterior, a doença impediu a Maria de trabalhar e prover seu sustento. Depois de anos lutando contra os sintomas e tentando se manter no mercado de trabalho, decidiu buscar meus direitos e solicitar a aposentadoria por invalidez.

Vejam como ela fez, no relato dela.

3.1. Agendamento: O Primeiro Passo Rumo à Aposentadoria

O primeiro passo foi agendar a perícia médica no INSS. Eu poderia ter feito isso pelo site ou aplicativo Meu INSS, mas me senti mais segura ligando para a Central 135. A atendente foi atenciosa e me ajudou a encontrar uma data e horário disponíveis em uma agência próxima à minha casa.

3.2. Reunindo a Documentação: A Base para Comprovar a Incapacidade

Com a perícia agendada, comecei a reunir a documentação necessária. Essa etapa foi importante, pois os documentos são a prova da minha condição e do impacto da esquizofrenia na minha vida.

Contei com a ajuda da minha mãe para organizar tudo e não esquecer de nenhum papel importante.

3.3. Perícia Médica: O Momento Decisivo

No dia da perícia, eu estava ansiosa, mas me preparei para responder às perguntas do perito com calma e honestidade. Apresentei todos os meus documentos e expliquei como a esquizofrenia afeta minha capacidade de trabalhar. O perito foi respeitoso e atento às minhas explicações.

3.4. Análise de Documentos e Resultado: A Espera e a Decisão

Após a perícia, tive que aguardar a análise dos meus documentos e a decisão do INSS. A espera foi angustiante, mas depois de algumas semanas, recebi a notícia que tanto esperava: meu pedido de aposentadoria por invalidez havia sido aprovado!

3.5. Recursos: O Que Fazer em Caso de Indeferimento

Se o meu pedido tivesse sido indeferido, eu não desistiria!

O INSS permite que os segurados recorram da decisão. Eu poderia ter solicitado uma reconsideração ou apresentado um recurso à Junta de Recursos. Em último caso, poderia ter entrado com uma ação judicial com a ajuda de um advogado especialista em Direito Previdenciário.

Dicas para Aprovação:

  • Documentação Completa e Organizada: Reúna todos os documentos necessários e organize-os de forma clara e objetiva;
  • Laudo Médico Detalhado: O laudo médico é a peça-chave do seu processo. Certifique-se de que ele seja completo, detalhado e conclusivo sobre a sua incapacidade para o trabalho;
  • Relate seus Sintomas com Clareza: Na perícia médica, explique ao perito como os sintomas da esquizofrenia afetam a sua capacidade de trabalhar. Seja honesto e objetivo;
  • Demonstre o Impacto na sua Vida: Mostre ao perito como a esquizofrenia impacta a sua vida diária, as suas relações sociais, o seu autocuidado e a sua qualidade de vida;
  • Busque Ajuda Especializada: Se você tiver dúvidas ou dificuldades no processo, procure um advogado especialista em Direito Previdenciário. Ele poderá te orientar, revisar sua documentação e te representar junto ao INSS.

 

Conquistar a aposentadoria por invalidez foi uma vitória importante na minha vida.

Agora, tenho a segurança de uma renda mensal e posso me concentrar no meu tratamento e na minha recuperação.

Se você também convive com a esquizofrenia e está impossibilitado de trabalhar, não desista dos seus direitos!

4. Avaliação Médica: Entendendo a Perícia do INSS

O relato da Maria foi muito importante.

A perícia médica do INSS é a etapa mais importante do processo de solicitação da aposentadoria por invalidez.

Vejam alguns detalhes para você ficar preparado.

4.1 Como Funciona a Perícia Médica

Durante a perícia médica, o perito do INSS analisará seu histórico médico, seus exames complementares e, principalmente, o laudo médico psiquiátrico que você apresentou.

Ele fará perguntas sobre seus sintomas, o tratamento que você está realizando, como a esquizofrenia afeta sua vida diária e sua capacidade para o trabalho.

O perito também realizará um exame físico, observando seu estado geral de saúde, sua aparência, seu comportamento e sua comunicação. Ele buscará identificar sinais que confirmem o diagnóstico de esquizofrenia e a incapacidade para o trabalho.

A avaliação do perito leva em consideração as seguintes questões:

  • Gravidade dos sintomas: O perito avaliará a intensidade e a frequência dos seus sintomas, como delírios, alucinações, pensamento desorganizado, embotamento afetivo, alogia, avolia, anedonia e isolamento social;
  • Impacto na capacidade laboral: O perito analisará como seus sintomas afetam sua capacidade de realizar atividades profissionais, como concentração, organização, comunicação, interação social, tomada de decisões, lidar com pressão e seguir regras;
  • Resposta ao tratamento: O perito verificará se você está em tratamento psiquiátrico e psicológico, se está tomando os medicamentos prescritos e se está participando de terapia. Ele avaliará a eficácia do tratamento e se há perspectiva de melhora do seu quadro clínico;
  • Possibilidade de reabilitação profissional: O perito analisará se você tem condições de ser reabilitado para outra atividade profissional, considerando suas habilidades, limitações e as oportunidades do mercado de trabalho.

 

Ao final da perícia médica, o perito emitirá um laudo concluindo se você está ou não incapacitado para o trabalho.

4.2 Preparo para a Perícia: Dicas Essenciais para o Sucesso

A perícia médica pode ser um momento estressante, especialmente para pessoas com esquizofrenia, que podem ter dificuldade em lidar com situações novas e interagir com pessoas desconhecidas. No entanto, a preparação adequada pode ajudar a reduzir a ansiedade e aumentar suas chances de ter o benefício aprovado.

Dicas para se Preparar para a Perícia Médica:

  • Organize sua documentação: Reúna todos os documentos necessários, como laudos médicos, relatórios de tratamento, exames complementares e documentos de identificação, e organize-os de forma clara e objetiva.
  • Treine o relato dos seus sintomas: Prepare-se para descrever seus sintomas ao perito de forma clara, objetiva e detalhada. Explique como a esquizofrenia afeta sua vida diária, sua capacidade para o trabalho, suas relações sociais e seu bem-estar.
  • Leve um acompanhante: Se possível, leve um familiar ou amigo para te acompanhar na perícia médica. A presença de alguém de confiança pode te ajudar a se sentir mais seguro e tranquilo.
  • Seja honesto e objetivo: Responda às perguntas do perito com honestidade e objetividade. Não tente esconder ou minimizar seus sintomas, mas também não exagere ou dramatize a situação.
  • Mantenha a calma e a educação: A perícia médica é uma avaliação técnica, portanto, mantenha a calma e seja educado com o perito. Responda às perguntas com atenção e respeito.
  • Vista-se adequadamente: Vista-se de forma confortável e adequada para a ocasião. Evite roupas extravagantes ou que chamem muita atenção.
  • Chegue no horário: Chegue à agência do INSS com antecedência para evitar atrasos e aumentar seu nervosismo.
  • Anote as perguntas e respostas: Após a perícia, anote as perguntas que o perito fez e as suas respostas. Isso pode ser útil caso você precise recorrer da decisão.

 

Lembre-se: A perícia médica é um direito seu. Você tem o direito de ser tratado com respeito e dignidade pelo perito.

Se você se sentir injustiçado ou desrespeitado durante a perícia, procure a ouvidoria do INSS ou um advogado especialista em Direito Previdenciário para te orientar.

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5. Benefícios Adicionais: Outras Opções de Suporte para Pessoas com Esquizofrenia

Além da aposentadoria por invalidez, o INSS oferece outros benefícios que podem auxiliar pessoas com esquizofrenia que enfrentam dificuldades para trabalhar e manter sua independência financeira. É importante conhecer todas as opções disponíveis para garantir o acesso ao suporte adequado à sua situação.

5.1. Auxílio-Doença: Suporte Financeiro Durante a Recuperação

O auxílio-doença é um benefício previdenciário concedido aos segurados do INSS que estão temporariamente incapacitados para o trabalho, em decorrência de doença ou acidente.

No caso de pessoas com esquizofrenia, o auxílio-doença pode ser uma alternativa em casos em que a incapacidade é temporária, com perspectiva de recuperação e retorno ao trabalho.

Requisitos para Concessão:

  • Qualidade de segurado: Estar contribuindo para o INSS no momento do afastamento ou dentro do período de graça.
  • Carência: Em regra, é necessário ter realizado pelo menos 12 contribuições mensais ao INSS. A esquizofrenia, pode ser considerada uma doença grave e, dependendo do caso, causar o que se chama de “alienação mental”. Caso essa situação seja atestada pelo médico perito, o segurado ficará isento da carência para o auxílio-doença, conforme a Portaria Interministerial MTPS/MS Nº 22, de 31 de agosto de 2022.
  • Incapacidade temporária para o trabalho: Comprovada por meio de perícia médica do INSS.

Para saber mais sobre o auxílio-doença e os procedimentos para solicitá-lo, acesse nossos artigos:

 

5.2. Benefício de Prestação Continuada (BPC): Uma Alternativa para Quem Não Tem Direito à Aposentadoria

O Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), é uma assistência destinada a pessoas com deficiência de qualquer idade ou idosos com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.

No caso de pessoas com esquizofrenia, o BPC pode ser uma alternativa para aqueles que não possuem tempo de contribuição suficiente para a aposentadoria por invalidez, ou em casos em que a incapacidade para o trabalho não é reconhecida pelo INSS.

Requisitos para Concessão:

  • Deficiência: Comprovar, por meio de perícia médica do INSS, que a esquizofrenia causa impedimentos de longo prazo que dificultam a participação plena e efetiva na sociedade.
  • Renda familiar: Comprovar que a renda mensal bruta familiar per capita é inferior a 1/4 do salário mínimo vigente.

Para saber mais sobre o BPC e como solicitá-lo, acesse nossos artigos:

É importante destacar que, em alguns casos, a pessoa com esquizofrenia pode ter direito a receber o auxílio-doença e o seguro-desemprego ao mesmo tempo. Para saber mais sobre essa possibilidade, acesse nosso artigo: Posso Receber Seguro Desemprego e Auxílio-Doença Juntos?

Lembre-se: Conhecer seus direitos e buscar o benefício mais adequado à sua situação é fundamental para garantir o suporte financeiro e a dignidade que você merece.

6. Desafios e Soluções: Superando as Barreiras na Busca pela Aposentadoria

Conquistar a aposentadoria por invalidez por esquizofrenia pode ser uma jornada desafiadora, repleta de obstáculos e incertezas. Os sintomas da doença, o processo burocrático do INSS, o estigma social e a falta de informação podem dificultar o acesso a esse direito fundamental.

No entanto, com conhecimento, persistência e apoio adequado, é possível superar esses desafios e garantir a proteção social que você merece.

6.1. Principais Desafios

A esquizofrenia é um transtorno mental complexo, e muitos não compreendem o impacto da doença na vida do indivíduo. Essa falta de compreensão pode levar a julgamentos precipitados, preconceito e dificuldade em aceitar a incapacidade para o trabalho.

O processo de solicitação de aposentadoria por invalidez pode ser burocrático e demorado. É necessário reunir uma série de documentos, agendar perícia médica, aguardar a análise do pedido e, em alguns casos, recorrer da decisão.

O estigma associado às doenças mentais pode fazer com que as pessoas com esquizofrenia se sintam envergonhadas de buscar ajuda e de solicitar benefícios previdenciários.

Os próprios sintomas da esquizofrenia, como desorganização, dificuldade de concentração e ansiedade, podem dificultar a organização dos documentos, o agendamento da perícia e o acompanhamento do processo.

6.2. Soluções e Suporte: Onde Buscar Ajuda?

Conhecer seus direitos e os procedimentos para solicitar a aposentadoria por invalidez é o primeiro passo para superar os desafios. Busque informações em fontes confiáveis, como o site do INSS, artigos de advogados especialistas em Direito Previdenciário, e em associações de pessoas com esquizofrenia.

Organize todos os documentos necessários em uma pasta e mantenha um controle das datas de consultas, perícias e prazos para recursos. Se possível, peça ajuda a um familiar ou amigo para te auxiliar nessa tarefa.

Contar com o apoio de um advogado especialista em Direito Previdenciário é fundamental para aumentar suas chances de sucesso na solicitação da aposentadoria. O advogado irá te orientar, revisar sua documentação, te representar junto ao INSS e, se necessário, ingressar com uma ação judicial.

Buscar apoio psicológico e participar de grupos de apoio para pessoas com esquizofrenia pode ajudar a lidar com os desafios emocionais da doença e a se sentir mais forte para lutar pelos seus direitos.

Onde Encontrar Suporte?

Existem diversas associações que oferecem suporte a pessoas com esquizofrenia e seus familiares, com informações, orientações, grupos de apoio e advocacia social.

Os CAPS oferecem atendimento gratuito e multidisciplinar para pessoas com transtornos mentais, incluindo a esquizofrenia.

Busque um advogado com experiência em casos de aposentadoria por invalidez por esquizofrenia para te auxiliar no processo.

7. Conclusão: Conquiste Seus Direitos e Viva com Dignidade

A legislação brasileira reconhece a esquizofrenia como uma condição que pode gerar incapacidade para o trabalho, abrindo caminho para a concessão da aposentadoria por invalidez.

O processo de solicitação do benefício pode ser desafiador, exigindo conhecimento, organização e, muitas vezes, a assistência de um advogado especialista em Direito Previdenciário.

Lembre-se dos seus direitos:

  • Diagnóstico e Tratamento: Você tem o direito de buscar diagnóstico e tratamento adequados para a esquizofrenia, com profissionais de saúde mental qualificados e medicamentos eficazes.
  • Aposentadoria por Invalidez: Se a esquizofrenia te impede de trabalhar, você tem o direito de solicitar a aposentadoria por invalidez junto ao INSS.
  • Auxílio-Doença e BPC: Outras opções de benefícios previdenciários que podem te auxiliar durante o tratamento ou se a aposentadoria por invalidez não for concedida.
  • Suporte e Informação: Você não está sozinho! Busque apoio em associações de pessoas com esquizofrenia, grupos de apoio, CAPS e advogados especialistas em Direito Previdenciário.

8. Como Um Especialista Pode te Ajudar?

Se você está enfrentando dificuldades com o INSS ou precisa de auxílio para solicitar seus benefícios, entre em contato com a Tenório Advogados. Nossa equipe de especialistas em direito previdenciário está pronta para te ajudar!

Acesse nosso site https://tenorioadvogados.com/ para saber mais sobre nossos serviços e agendar uma consulta.

Se você ainda está com dúvidas ou deseja um acompanhamento personalizado, entre em contato com a nossa equipe por meio do nosso WHATSAPP, para agendarmos uma consulta

Não deixe seus direitos para depois. A hora de agir é agora!

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Paulicléia Tenório

Advogada da Tenório Advogados, OAB 38347 PE, graduada pela Universidade Federal de Pernambuco e pós-graduada em Direito Previdenciário pela INFOC.

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Paulicleia Tenório
Advogada da Tenório Advogados, OAB 38347 PE, graduada pela Universidade Federal de Pernambuco e pós-graduada em Direito Previdenciário pela INFOC.